domingo, 21 de novembro de 2010

À ela

Desde que... ele, um gordo espinhento e esquisito.
Desde que... ela, toda avermelhada com sobrancelhas esquisitas.
O loiro sem graça do cabelo dele achava graça no volume dela.

E do sorriso – que, graças, ainda é o mesmo – foi como tiro de canhão.
Indefensável. Em cheio. No ângulo. Gol de placa.
E foi assim. Era o fim do primeiro ano do novo século. O início.
Que marco, que data, que marca. Profundos, todos.

Nunca pararam, mas sempre tentaram. E tentar pra que?
A lógica de ontem hoje nos parece ridícula, mas amanhã, quem sabe, perceber-se-á ter sido necessária.
E foram idas e vindas. Umas mais que as outras, umas mais fortes, outras mais sofridas.

Perderam-se em outras bocas, buscaram novos caminhos, sonharam sonhos de outros.
Em vão? Talvez. Mas...necessário.
E como tudo anda, pois de estático mesmo só a profundidade desse amor, tudo muda.

Ele de gordo já não tinha nada – embora o “charme” do sorriso torto fosse o mesmo.
Ela...já não tinha como passar despercebida – nem que teimasse! A beleza simples e exata, suave, leve... Sempre uma manhã de dezembro.
O aparente, de fato, não era o mesmo, e muito do interno também. Mas...se antes era indefensável, que dirá então.

Poderiam ter feito mil escolhas diferentes, poderiam ter seguido o curso que lhes era esperado, poderiam teimar em esquecer o inesquecível e se acostumar com a ausência. Poderiam...
Poderiam ter aberto mão de metade do sofrimento desnecessário, poupado outros e de tantos, economizado o tempo e a distância para dinamizar a felicidade...

Eu não saberia contar quantas vezes me cortei, sufoquei, beirei o suicídio emocional.
Uma gangorra perversa, as vezes calculada, e muitas outras preparadas por mero agouro do contratempo de Murphy. Já foi segredo, pecado, tentação e até mesmo proibido. Já fomos isso tudo.

Mas como certeza só vem com o tempo e com ele, a experiência, hoje não me restam dúvidas. Foi o melhor acontecimento de toda a minha vida. Quem diria que aquele Zé Mané rechonchudo cheio de sonhos musicais iria conhecer ali, naquela noite vazia de janeiro, sua vida.

Eu não gosto do pra sempre, porque é algo que nunca vem, assim como o passado, que já foi. Então – e só pra fechar de forma bonitinha – esse amor é o meu hoje. Infinitamente.

Obrigado pela década de amizade, pelo ‘óctuplo” de relacionamento e pelos 4 e quebrados de namoro.

E que muitas outras pessoas, especialmente vocês que me lêem, tenham a sorte de provar da delícia e do desespero que é morrer de amor. Palavra de um morto-vivo convicto.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Depois de muito errar, apanhar e perder...vc percebe que não tinha como ter chegado aonde chegou sem todo esse "sofrimento".
Só agora me sinto melhor. me sinto eu. me sinto.
A gente não cansa da vida, a gente aprende a amá-la, ou melhor, reaprende.
Porque a máxima que sempre houve, e sempre vai haver, prescinde de toda e qualquer vontade que se pretenda emitir: A vida, meu caro leitor, gosta de quem gosta dela.
É clichê, não há como negar, mas...das verdades, me parece a mais aplicável ao mundo real.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Poucos sentimentos podem ser piores do que aqueles do "eu poderia". Ah eu poderia... e poderia tanta coisa. E aí que entram os "se", as lamúrias, ou todo aquele tipo de vocabulário utilizado para postergar a auto decepção que incomoda...e como.
E então você percebe que foi tão burro que desconfia até do seu alto grau de escolaridade..culpa o destino, duvida de credo, ironiza o acaso, se consola conforme Murphy testemunhara...Você percebe que não foi capaz justamente de... perceber.
E percebe agora, tardiamente, que não dividiu tristezas comuns, ou até aquelas extraordinárias, que as fazem chorar por quase 3 horas seguidas e que seria capaz de alterar a rotação terrestre para arrancar-lhe um sorriso, por menor que seja.
Você percebe que não esteve ali dividindo o milkshake de ovomaltine pelas madrugadas, não emprestou o ouvido para aquelas reclamações tão pueris, não mandou mensagem de bom dia nem abraço de boa noite...
Não se irritou com bobagens, não riu sozinho ao ouvir uma música, não se pegou repetindo trejeitos, involuntariamente.
E toda essa percepção, até então desconhecida, tão alheia a sua consciência, amarga inquieta dentro de você. Os otimistas diriam que sempre há tempo... Os orgulhosos acreditariam na máxima do "se-não-foi-é-porque-não-tinha-que-ser"... Os realistas não enxergam uma batalha perdida...mas também não enxergam flores pelo caminho.
Não que os meus 29 anos tenham me dado qualquer sabedoria digna de repasse...mas existem coisas que se não forem captadas ali, naquele momento, naquele exato e singular momento, podem se perder num emaranhado de outras milhões de coisas típicas do nosso universo, em constante movimento, nada é estático, nada é para sempre, nada. Nem eu, nem o que escrevo, nem você, caro leitor.
Os atrasos da vida podem ser cruéis. E o problema em estar atrasado é que nunca se sabe o quanto se perdeu. E mais do que isso, o quanto terá que recuperar. Se é que se pode recuperar. E concluo, portanto, e sem refutar minha angustiante nostalgia, que pessoas realmente felizes são aquelas que aproveitam oportunidades. Seja na sorte, seja na sabedoria. Se não for uma, certamente será a outra.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Como, quando, onde...por quê?
Não tenho motivos, não conheço razões, escapam-me quaisquer explicações.
Eu sei do que é, do que foi, do que pode ser. Poderia? Pode, insisto.
Eu finjo, tu...finges. Nós fingimos. E continuamos, na intransitividade que vai além do verbo, persiste, persegue...percorre.
Eu espero e tu...esperas?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

S.O.S se liga

O melhor é que ela acaba me culpando se as pessoas indesejáveis perseguem-na nos sites de relacionamentos pessoais...e o quê quieu posso fazer?

terça-feira, 6 de abril de 2010

ALERTA



Essa é a rua que eu moro.

maneiro, hein, São Pedro?
eu TENTEI ir ao trabalho hoje.