Estacionaram o carro. Cheios de sorrisos, mãos que ainda se tocavam de forma tímida e toda aquela quase infantil beleza de todo início. Ele abriu a porta do carro pra ela. A maresia fria fez com que ficassem ainda mais próximos - o que já era pretendido de qualquer forma.
"Vamos, eles estão ali"disse o rapaz puxando-na pelas mãos.
Aproximaram-se do grupo que animadamente dividia atenção entre violões, vozes e cervejas.
Leo chamou a atenção dos amigos que notaram que o rapaz tinha algo - e importante - a dizer:
"Pessoal, essa é a Lu"
A menina que parecia tímida sorriu de forma contida a cada um dos corpos que habitavam aquele circulo na areia. Eles podiam sentir a alegria do amigo. Era quase contagiante. Quase, porque a bebida já afundava qualquer resquicio de noção.
Juntaram-se ao grupo. Uniram suas vozes que embalavam rockzinhos melódicos, qualquer Bon Jovi ali seria pouca coisa.
Eis que do calçadao já avistavam o que faltava. Eduardo sempre atrasado, sempre confuso, tropego entre cigarros e seus humores conflitantes. Ja cansado, metade animado, metade dramatizando uma possivel dificuldade cotidiana.
"na boa, alguém tem um isqueiro ai?essa merda de maresia ta sinistra hoje"
Luiza observava o rapaz que até aquele momento ainda nao havia posto os olhos nela. Algo nele parecia diferente, incomodava.
"vc nao vai parar mais de fumar nao seu mane?"exclamava Leo levantando-se para abraçar o amigo.
"bom, eu estou vivo, nao to?"ironizava Eduardo
"quero te apresentar a lu" disse, enquanto trazia a menina para seu peito num abraçao acolhedor, e prosseguiu: "lu, esse é o duda, O cara, vc nem deve aguentar mais falar dele, mas agora vc ja sabe quem é!"
Eduardo parou. Pensamentos não se encaixavam ali. Os dois se entreolharam de forma a completar, como se suas retinas se mutuo hipnotizassem.
Meio gago ele ensaiou : "o...oi.- silencio - então, eu sou isso aí, sou o duda"disse ele como naqueles momentos em que não sabemos o que dizer e acabamos sendo obvios demais.
Ela retribuiu com sorrisos e dois beijinhos, achou melhor não prolongar aquele desconforto causado.
Eduardo ligou-se automaticamente na mais alta potencia. sentiu-se mal consigo mesmo e resolveu sair dali, inventou qualquer absurdo para correr dali.
"cara....que merda foi essa?"
Discutir com a propria consciencia já era um hábito. Mas ele sabia que ali pairava algo diferente, algo que em pouco mais de 10 segundo o completara como nunca em anos. E que havia mexido com ele de forma definitiva. Ele só não sabia, naquele momento, o quão definitivo seria.
Um comentário:
eh, dificil MESMO imaginar o que eh definitivo.
atualizei tambem
Até !
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