segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sinais

Acordo apalpando meu lado direito da cama
Inutilmente procuro vestigios da sua presença
Semi atordoado ainda penso que você me chama
Eu não vejo ou eu não quero perceber seus sinais?

Arrumo sozinho a cama na qual dormimos
Desfaço seus passos, recolho os restos de desejo
Remonto cenários, imagino desfechos semi perfeitos
Eu não vejo ou eu não quero entender seus sinais?

Na mesa e no meu café bebo suas desculpas infundadas
acredito querendo aceitar todas suas derraparadas
repenso seus contornos e devolvo um sorriso ironico, só pro espelho
Será que eu não vejo ou não quero ver seus sinais?

De tarde aparecem escondidas as escorregadas da sua rotina
Eu disfarço, mas vejo certo incomodo no rosto das suas meninas
Imagino certa pena quando no seu quarto veem fotos minhas
Será que elas veem e percebem os seus sinais?

Daí vem seu carinha-secreto, aquele que você finge que adora
Ele deve ser como qualquer outro, você também não se importa
Pelo menos não até que a culpa não escorra enquanto você corre
Será que ele não vê ou não quer encarar os seus sinais?

Já quase a noite, reprovo, decoro palavras, ensaio atitudes
Encho o peito com a coragem que antes esvaziava minhas virtudes
Até que sua covarde anatomia derrota meu revanchismo teatral
E de novo não vejo, não percebo, não quero saber desses seus sinais.

2 comentários:

Anônimo disse...

cara, na boa, vc escreve mto bem!as vezes me identifico completo no q tu escreve!parabens!

Anônimo disse...

belo texto maninho.