quinta-feira, 24 de abril de 2008

Thiago, o impiedoso*

Contos Reais

Dedicado a todos que conseguem ler nas entrelinhas.


Rapaz de poucos amores, o mais novo dos herdeiros daquele Condado, servia de exemplo ao povo. Era o caçula, o orgulho do poderoso monarca, disputado por cada bela donzela nobre da região. Corajoso e aventureiro, costumava desbravar cada canto daquele mágico lugar, percorrendo além dos limites do castelo. Diz a lenda que certa vez , em uma dessas expedições, Thiago foi enfeitiçado.

Acometido por irremediável enfermidade, passou a viver envolto nos caprichos de sua mazela. Numa espécie de esquizofrenia sentimental, protagonizou contos-de-fadas jamais descobertos, aproveitou cada singularidade da mais avassaladora hipnose emocional que lhe retirara cada partícula de pureza. Provou da beleza de tudo o que é proibido, viciou-se nas deliciosas promiscuidades brancas, tornou-se levianamente escravizado pelo próprio desejo.

Mas ele não admitia estar doente. Brigava consigo mesmo. Ora levantava-se, ora caía. Cortava o próprio rosto sinalizando sua revolta passional. Ele tinha de provar estar bem. Tinha de fazer jus às expectativas paternas, ao amor do povo, que já àquela altura pouco lhe importavam. Planejou então sua guinada triunfal. Maquiavélica. Ele precisava ser rei, tinha de estar livre de quaisquer pressão para, sorrateiramente, dedicar-se ao vício.

E para mostrar-se curado, casou-se com uma jovem por ele muito apaixonada. Mas não compartilhavam do mesmo sentimento. Apesar de gloriosamente bem sucedido, era um péssimo marido. Havia se transformado na própria doença que diziam ter envenenado sua alma. A pobre rainha fazia de tudo, mas ele tinha os sentidos danificados. Sem remorsos assistia calado o sofrimento daquela mulher, sorrindo-lhe toda manhã com a frieza de quem nega o amor alheio. Ela, infeliz, morria um pouco a cada dia, enquanto caía na boca do povo a luxuriosa enfermidade daquele Monarca. Que aliás não tinha a menor piedade.

*Nomes aqui utilizados são meramente ilustrativos.

7 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Vc é brilhante rapaz!Vê se volta a enviar os textos do guerrilha pro meu e-mail!precisamos marcar aquela breja...abs, Alê.

Anônimo disse...

"Sem remorsos assistia calado o sofrimento daquela mulher, sorrindo-lhe toda manhã com a frieza de quem nega o amor alheio."

eu me IDENTIFIQUEI nessa fras evc sabe pq.....amigo, sou mtooo sua fã e to morrendo d saudadeeee!!!ve se me escreve, to cansada d tentar acompanhar sua vida via blog!!!TE AMO!!!BJO!

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

doencinha gostosa pra caralho hein.hahahahahhahahahahahah.

Anônimo disse...

hahahahahahahaha
hahahahahahahaha
hahahahahahahahahahah
mela sme noçao do caralho hahahahahahahahaha
mto bom

Anônimo disse...

Po irmao, arruma uma doença dessa pra mim tbm!!!eu vou pra puta q pariu além do catselo!!!hahahahahahahahahahahhaahahahahhahahahahahaahhahahaa