terça-feira, 26 de agosto de 2008

Quero sentir tudo de novo. Das malícias despretensiosas ao nervosismo inicial. Quero viver tudo outra vez, desgarrado de qualquer medo ou culpa, sem promessas levianas ou úlceras de incertezas. Não se trata de achar um alvo, traçar uma meta, fazer da vida uma grande busca ao "classificados" social. É algo além, maior, interno e intenso. Perceber que não é preciso insistir na dor que traz prazeres instantâneos, é livrar-se do vício, da dependência, do exagero, que sabemos, e desde o tempo dos jardins de casa de vó, fica bem tão somente nas letras de Cazuza. A volta à vida é amarga, traz a cada segundo uma vontade nova de desistir e passar por cima do que chamam de amor-próprio. Não tenho mais espaço para as mesmas desilusões, mesmo que desilusões sejam incontroláveis, vez que alheias a nossa vontade, pelo menos as fontes podem ser renovadas. Quero sentir tudo de novo. Literalmente.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

E eu ainda me choco com isso...

Uma caricatura escrachada dela mesmo. Sorrindo pelos cotovelos, falando feito meia lua, conquista a rua, o bairro, um país, o mundo. Impaciente. Performática. Determinada, característica que eu mais gosto nela. Quando decide, tá decidido, fechou, ganhou o jogo, prepotência? talvez, mas o ar é típico, é certeiro, é a confiança de quem entra em campo pra ganhar. E ganha. ganhou a mim, ganhou a eles, ganharia você também...isto é, se já não houver ganhado...é aquela companhia que exala uma essência de felicidade que aniquila qualquer negatividade. é paixão que anda. é sentimento, é tudo e não é nada, inconsequentemente consciente. Fala demais, fala de menos, sente demais, age demasiadamente. E sempre, sempre precipitada, senão não era ela, senão não dava tempo, senão não tinha jeito. E que aguentem! Uma constante inconstância. Contradição. Ipsi Literis. Juridicamente falando.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

P/ GLOBO FILMES

Era uma vez a moça rica que se apaixona pelo rapaz pobre. A historinha bonitinha - e com todos os outros "inhas" - é mais um previsível filme hollywoodiano estrelado por um galã fortão e alguma gostosa do momento, certo? Errado. A fórmula parece ser a mesma. Mas a versão tupiniquim do dramalhão da moda ganha em veracidade, texto e, é claro, fotografia. O filme ERA UMA VEZ, do diretor Breno Silveira, traz Thiago Martins na pele de Dé, morador do morro do Cantagalo que se apaixona por Nina, habitante do metro quadrado mais caro de Ipanema, a Av. Vieira Souto. Apesar do clima de romance, o filme aborda com inteligência a questão das diferenças sociais, sem cair em clichês mais que ultrapassados, fazendo com que o espectador oscile entre o favelado e o boyzinho do posto 9. É tenso, divertido, hipnotizante. E, como se a beleza de Ipanema já não fosse suficiente, ERA UMA VEZ conta com a participação de Marisa Monte na já maravilhosa trilha sonora, com ritmo de fim de tarde no calçadão. Aplausos de pé.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Minha horas, minutos, segundos e centésimos. O azul dos meus olhos, o tom da minha pele, o desenho da minha boca, o contorno do meu corpo. Meu carro, meu quarto, minha cama, minha janela. Meus jeans surrados, o relógio importado, as estantes de Foucault e cada havaiana com cheiro de praia. Minha família, meus pensamentos, minhas palavras, meu nome. As chuvas de inverno, as chuvas de verão, as garoas secas de outono, as tempestades fora de época. As risadas de calçadas, os beijos de areia, os sorrisos de brigadeiro, as conversas de fanta laranja - diet, é claro. Os toques, meu desejo, minha entrega, TODOS os meus beijos. Abraços de futebol, abraços de abraços que se perdiam nos meus braços. Minha razão, minha calma, meu espiríto, minha alma. Minha dor, minha ferida, tudo o que posso chamar de amor,minha vida. Agora, permita-me: O que não foi suficiente?

NÃO VÁ

É incrível como ela consegue decifrar sentimentos nas minhas palavras. olhares em itálicos, toques coloridos e que piscam, em telas portáteis, de luzes, com luzes, porque é luz.
É voz, presa na minha fraqueza pendular, pensando em sair, pensando em ficar. Eu fujo, sempre. Sufoco, volto. Eu não sei mais como escapar. Procuro em todos os copos, corpos e poços algo que desfaça cicatrizes. E percorro cada centímetro da minha tortura, pisando na própria loucura de ser triângulo de duas vértices, uma colorida, a outra não consigo enxergar. E quero. Muito. Por isso não vá. Não se decida. A distância pesa na minha geografia torta. Não vá. Não antes de poder contar as linhas das minhas mãos.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

17.08.08

Já que a porra da Ladetta é uma bixona ciumenta, terei de fazer aqui uma homenagem ao dia de seu aniversário. Que foi domingo, diga-se, mas ele não se contenta com um feliz aniversário, chopes pagos e tapinhas nas costas.
Um viado cabalístico, amante do motocross e dos navios que prumam para o lado norte deste planeta, Ladetta é aquela amiga cabeluda com tinta no cabelo e piercing no mamilo, que fala com completa afetação norte-americana. Oh yeah man. count on me. later. See ya. e o clássico: "puta, que off brother". Essas e outras expressoes irritantes trazidas da terra do Barack.
Essa Monica Lewinski da medicina te defende mesmo te chamando de "abismo da burrice" - E SIM, ainda guardo mágoas. Fora isso, ele joga bem sinuca, já que a prática do pau-na-mão é a sua modalidade olímpica mais aguçada.
Sua baranga americanizada, eu te acho péssimo...mas, formalizando:
parabéns pra você e pra quem fo-da sua família.
mano que é mano nós ama no esculacho. morô ou tá aguado?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Mais uma daquelas manhãs chatas. porque você tem folga, se demitiu ou inventou que tava resfriado porque a preguiça pesa 180 kg ( e você menos que isso. bom...espero).
e segunda-feira é segunda-feira né meu irmão? pior que isso só aquelas quartas-feiras de chuva pesada sem carro, trânsito e sem almoço. Porque não almoçar no meio da semana é muito catastrófico.
aí vem esse sol. mas se você for pra praia bate a sensação de vagabundo, se você ficar em casa bate a sensação de vadiagem...ou qualquer desses sinônimos que expressam o quão idiota você se sentirá por uma tarde inteira.
No msn tem 21 pessoas. VINTE E UMA PESSOAS. fazendo o que brother? não sei, estão on line, ou ocupadas, que é o disfarce de quem tá on line apenas para poucos.
ninguém que apetecesse um papo diferente. hoje quero falar de mudanças, de tédios atuais e esperanças futuras. meia dúzia de camaradas entediados com seus trabalhos comentam os jogos de ontem. ah não. hoje quero mais que isso.
E não há socorro na TV. video show me irrita desde que o mundo é mundo, e não vejo graça em programas metidos a cults nem pretendo me divertir com reprises olímpicas ou comentários desnecessários sobre nossos atletas. Vontade verdadeira de dizer "não gostou?faz melhor". Gente podre essa.
E procuro nos meus cachorros o alento. Mas até eles não gostam de segunda-feira. Tento me lembrar da confusão que a Paulista deve estar agora para ver se me sinto confortado. Ledo engano. Queria estar em qualquer esquina da Faria Lima, buscando uma sombra pro almoço com meu sotaque carioca carregado e criado de "s" com som de "x". sinistro demais mermão.
O dia não passa. E ainda nem é meu inferno astral. E eu nem acredito em inferno astral. Se bem que a essa altura eu acredito até em operador de telemarketing.
26 anos, braço quebrado, sem namorada, e com uma segunda-feira inteira pela frente.
Sentiu o tesão?

domingo, 17 de agosto de 2008

Não tenham raiva, não sintam pena, a minha decepção é linda! Tem um cheiro inexplicável, um encanto daqueles que encantam mais meus pensamentos e uma fala melódica, uma delícia que anda em linhas tortas e apagadas.
Não me digam palavras de conforto, não me apresentem novas estratégias, eu quero rir meu riso e derramar meu pranto! Já que a morte é a angústia de quem vive, provo assim que a solidão é o fim de quem ama!
Fui além do soneto, atento, tive zelo e a coragem de espalhar meu canto para viver cada vão momento cercado pelo excesso do meu próprio encantamento. Que não se fez imortal, porque era chama, mas há de ser infinito, porque ainda dura.

Para as minhas iniciais

eu gosto muito de você, e no meio da minha loucura, percebo todos esses sinais como parte adulterada do meu sangue. Eu não reajo, e nem poderia, não houve ação!

É aquele gosto-porque-gosto que não se explica, não se quer nem se pretende alimentar!Mas tá ali, e fica, e encuca, e esquece, e volta e mexe, e meu deus, aonde isso vai parar?! Desconecta a cabeça, não adianta bloquear, porque não houve qualquer desligamento de mentes.

Não teve sorriso nem beijo de sorvete, não teve pedalinho na Lagoa!

Uma coisa meio monalisa, ali, numa redoma de vidro, tão distante, alcançável tão somente pelos flashes japoneses ou pelas paredes e ares que não são meus.

mas lá do imaginário, vive, cresce e fabulosamente resiste! Talvez seja culpa, talvez seja um vazio, talvez, talvez, talvez...já virou sempre! E caminho, quase correndo, distâncias imensuráveis, jamais percorridas, nunca procurando, sempre querendo, preocupado, idealizando o nada ideal, voando pra longe, bem de longe, para fugir do perto que nunca conheceu.

Ah mas eu gosto muito de você.

Chatos

ô brisa boa. vamo agora. eu não tenho hora, você tem? ah, vem meu bem. o sol tá forte, e com sorte, ainda terei sua companhia, de ombro grudado e cheiro de sundown no cangote. "ah você e suas idéias". mas eu não tenho nada, o que eu poderia perder? não sou de rancores, cultivo todos os meus amores, com a pureza de menino que se apaixona pela primeira vez. você é diferente. é mais gente, mais criatura, mais coisa, mais eu do que eu mesmo. eu nã0 preciso entendê-la meu bem, preciso apenas, e tão somente tê-la. Como minha ou emprestada, mas me agrade com sua risada. E o domingo já foi como antes. Apertem os cintos. Here we go again.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Não se vista com sorrisos para despir minha tristeza. Já me basta o fardo da sua inconstância. Aja com maldade, preciso de raiva, quero sentir o sangue passar. Mas não há maldade, torpeza nem pactos diabólicos. Frustrado, sigo. Tentando equilibrar-me nas escorregadas do seu desequilíbrio.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sweetie

Dos olhos, um retrato, da boca, um doce! palavras, sorrisos, risos, afagos, uma serenata silenciosa a quem sempre ausente se torna presente! Cantando com gestos, falando com sílabas tônicas e interjeições, ai!, ô informalismo mais sereno! e lá se vai a pequena, com todas as cores da minha janela, com rumos calculados, traçados por sonhos, colhidos por vozes, que teimam, que insistem em seguir levando no bolso meia dúzia dos meus pensamentos, em prosa e verso, num sincronismo poético que musicaliza cada nova empreitada! Com o sorriso mestre-sala, abram alas, desfilando com ganas de quem respira vida, passa ela, na passarela. Do meu peito para o mundo.

Aos amigos com risos

Vamos encher o mundo de alma, completar os espaços, as lacunas sem rumo, os sinais de fumaça, a graça dos que enfeitam as ruas, vazias, desentediadas e superinteressantes, dançantes, num sorriso breve e eterno, simples, concreto dentro de toda abstração da nossa complexidade.
Vamos encher o mundo de alma, para que afaste da calma a agitação de nossos espíritos mutantes, da juventude que parou no tempo, bem ali, descalços nas areias da nossa Ipanema.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

cine news para SONY

Eu sempre quis ser o Batman. Gotham city é muito mais atraente que a Nova Iorque do spiderman ou as doses de criptonita do superman. O Batman é muito melhor equipado. Afinal, nenhum dos já mencionados super-heróis possui seu próprio Batcar, uma espécie de automóvel-nave espacial imbatível. Coisa de homem morcego mesmo.
À noite ele acaba com o lado negro da força, de dia ele é bilionário, promove festas e janta com as mais bonitas do mundo. E ainda encontra tempo para sobremesa antes de voar por aí, if you know what I mean.
Olho gordo à parte, ultimamente o Batman vem perdendo espaço. Não, não para o superman ou para o folclórico Robin, que aliás, caiu no esquecimento. Desde a estréia de Batman - The dark knight, a fantasia preta com aquele simbolo meio cafona foi substituída pela mascára de ninguém menos que o maior inimigo do nosso herói lá de Gotham, o coringa.
Não só nos EUA, mas aqui no Brasil, as festas à fantasia serão regadas de muitos "why so serious?". E não é para menos. A inadjetivável atuação de Heath Ledger, morto em janeiro desse ano, fez com que muita gente entrasse no cinema querendo ser o Batman e saísse querendo pintar a cara de branco e borra-la de vermelho. Ledger, que afirmou em entrevista à Sony TV nunca ter se divertido tanto como enquanto fazia o caricato Coringa, pode até não ter tido tempo suficiente para realizar o que a idade ainda não havia lhe permitido, mas, e isso com muita certeza, entrou para a eternidade cinematográfica, marcando presença no seleto rol dos personagens inesquecíveis com o divertidamente cruel Joker.

domingo, 3 de agosto de 2008

19.10

Insensivel. Um romântico incorrigivel, um maestro de palavras doces e melódicas. Um viciado. Nas noites, nos prazeres efêmeros, na ambiguidade impalpavel. Frio, calculista, cruel. Divertido, sonhador e bem humorado. Apaixonado pelo que é simples, motivado pelo complexo e intimidado por tudo que cerca. Calculista, um rato, pra quê todo esse arrependimento? A memória que não apaga, a alma que não desgarra, os erros, as faltas, os pecados. Terrivelmente insensível. Atordoado, oculto, um bravo cafajeste, um indigno cavalheiro. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. De um jeito ou de outro. Por mais insensível que o seja.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Infiel

Nos olhos, na boca, nos traços...........é claro. Ou eu que vejo demais?
No retocar da maquiagem, um sussuro despretensioso, uma olhada de canto de olho. E as imagens ao redor remontam o que já se viu, um dejavu violento.
O reencontro, meu pesadelo, mãos que se acham, olhares que se buscam. Eu não quero ver demais.
Segure a própria consciência enquanto seguro minha cabeça. Vamos, permita-se , não se tem a noite toda. Ela não sabe atirar. Mas sabemos que é capaz.
Vinhos, brindes, vinhos, taças, vinhos, desejos, vinhos, descontrole.
Agarra, espalma, a cada centímetro de pele um novo velho sabor, línguas, redescobrir o que era dele descobrindo o que é meu. Aproveite. Meio nosso, mas mais meu do que seu. Ela puxa o gatilho.
Perder-se num caminho perdido não engrandece, é torpe, é futil, é fugaz. Carregue com tudo.
Respiros ofegantes, passos que se perdem, caminhos que insistem em te levar. E o desejo que invade, que arranca a plausibilidade do certo e faz do errado, como sempre, a sua melhor companhia. Prepare e aponte.
Ele não sente mais nada, não há dor quando já se está morto. Mas é um deleite senti-la, uma, duas, três vezes. Vamos, atire. Não quero detalhes. Não me desalme, pois ainda vivo.
Explicações inexplicáveis, discursos imortais, jargões inuteis que ecoam num silêncio maestral. É a dor que esvazia. E não há nada que doa mais que o vazio.
Não quero mais nada. Não vejo, não percebo, nem sinto. Me rendo.
Ando com saudades insuportáveis.
Saudades do tempo em que os ombros desfilavam leves, sem peso, e sem medo, de skate pela Rodrigo de Freitas.
Saudades do tempo bem gasto, mal gasto, dos telefonemas de 9 horas, dos abraços de 15 minutos e dos beijos de duração inestimável.
Saudades do que está aqui guardado. Saudades de quem entrou e saiu, de quem saiu e de quem nunca entrou.
Saudades de me preocupar mais comigo, de simplesmente não saber e de festejar qualquer possibilidade.
Hoje sinto saudades. Muitas.